Bluefield life

Bem, isso daqui não é exatamente uma fanfic. São várias histórias curtas diferentes que contam sobre alguns NPCs de Bluefield, ou até mesmo de Maidland. Se você quiser, não precisa ler em ordem, mas eu também não vou fazer tudo de uma vez.



Era uma manhã mais alegre que o normal. O sol raiava como nunca raiou. As pessoas riam como nunca riram. Crianças se arrumavam para ir à Escola Bluefield, bem como os adolescentes. E era assim para todos... Menos para Shino.

O despertador na casa da garota tocava sem cessar. Mas ela não queria levantar da cama.

- Ah, que droga... Vou ter mesmo que levantar? – disse ela para si mesma, enquanto desligava delicadamente o despertador azul que ganhara de seu pai.

Ela era uma criança de classe média-alta. Tinha praticamente todos os bens materiais que uma pessoa poderia ter. Claro que ela não era tão rica quanto os patrões de Maidland... Mas vivia com conforto e certo luxo.

Mesmo assim, Shino não conseguia ser feliz... Por quê?

-... Por quê? – pergutou. Shino foi direto para o chuveiro. Quem sabe, enquanto se lavava, seus pensamentos também não eram purificados?

Não, nada disso... Seu problema era algo maior: sua família. Fazia muita falta para uma criança de oito anos, que já era introspectiva de nascença.

Quando saiu do banho, a menina vestiu seu clássico vestido branco rodado, cheio de fitas e rendas, com uma barra laranja embaixo. Penteou seus longos cabelos negros com cuidado. Sabia que estava atrasada. Seu pai não parava de buzinar.

- Já estou indo – gritou ela, da janela, enquanto pegava seu material. Shino então desceu as escadas de madeira correndo, sem nem tomar café-da-manhã. Encontrou seu pai dentro do carro, com uma expressão não tão agradável, apesar de bonita. Ele se parecia muito com ela, embora sua pele fosse morena. Shino era muito branca.

- Você está atrasada – disse o homem. – Acorde mais cedo da próxima vez.

A garota já sabia que o problema não era a hora de acordar. Eram os seus momentos de reflexão diária que precisavam ser diminuídos. Mas o que ela iria fazer? Teria que continuar vivendo a mesma vida, ouvindo as mesmas vozes, vendo a felicidade de seus colegas... Toda manhã.

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Eu sei, ficou muito parecido com a Neopedia... Mas digam o que acharam. XD

Neopedia wtf

pergutou, Euri

“Seja bem-vindo!... Volte sempre!” – eram estas as palavras que Aria aprendera a dizer com seus pais desde muito tempo. Afinal... Viver numa loja de doces parece ser algo maravilhoso, não é?

- No começo... Mas depois cansa. – argumentava a garota, enquanto conversava com seus pais num sofá. – Não acham que eu fui mais do que aprovada nesse pequeno “teste de independência”? Além do mais... Acho que nós temos renda suficiente para viver sem a Candy Shop.
- Aria, você já sabe nossa resposta... Além do mais, se quiser parar, a escolha é sua. Mas ficaremos sem o nosso conforto adicional... Principalmente você. Afinal, o trabalho é seu, a maioria do dinheiro é sua, certo?
- H-Hai, okaa-san... – Aria olhou para o chão por um tempo, desanimada. Começou a refletir sobre sua vida. As coisas não poderiam ter sido diferentes?

Correu para o seu quarto depois da conversa. Quando chegou lá, avistou sua irmãzinha, Karina, pulando na cama dela. Por dentro, seu corpo parecia apodrecer, mas tentou ser o mais sutil possível.

- Karina-chan – pigarreou, para mostrar imponência – gostaria que se retirasse do meu quarto. Quero ficar sozinha, tá?
- AH NÃO!! – gritou. – EU QUERO BRINCAAAAR!
- Vá brincar no seu quarto, está bem?
- IIE DESUUUUUUU~! – Karina começou a pular na cama mais e mais forte. Quando a cama já não agüentava mais, Aria agarrou-a, arrastou para fora do seu quarto e trancou a porta. Colocou dois fones de ouvido para nem ouvir a gritaria.

- Francamente... Tenho dois pais indiferentes, um emprego no qual eu sempre tenho que ficar sorrindo e uma irmã caçula que não sabe falar com menos de 60 decibéis. – suspirou. Estava cansada, mas teria que continuar sempre firme.

“Ora, é a Aria... Nós não precisamos manter a educação com ela. Podemos fazer o que quisermos que ela sempre continuará a mesma coisa!” - vozes ecoavam na mente da menina. Isso não era justo! Manter sempre a mesma imagem... A imagem da vendedora educada que sempre sorri... Cansava. Mas tudo já estava feito, mudar repentinamente só pioraria a situação.

- Já era... – disse ela, baixinho, para si mesma. – Vou sair deste quarto e voltar a vestir a máscara que selaram em meu rosto. Para sempre.